Eu tenho uma lista de
30 coisas para fazer antes dos 30 anos. Provavelmente eu ainda vou fazer um
post sobre todos os itens, ou sobre como eu gosto bastante de listas, mas não é
disso que vou falar hoje. O que vou falar hoje é sobre um dos elementos da lista
que foi riscado, que era: fazer um esporte radical.
Eu nunca fui
exatamente uma pessoa de nervos de aço, uma pessoa que assiste ao canal Off,
uma pessoa que encara o perigo de frente. Não por medo, mas simplesmente por
não ser dessa ~tribo~. Enfim. Resolvi que para completar 30 anos com aquela
sensação de dever cumprido eu deveria, sim, me arriscar em alguma coisa
HARDCORE. E ao invés de escolher um rapelzinho ou uma boa e velha corrida de
kart, resolvi, para desespero da minha família, que pularia de bungee jump.
Medos da minha mãe
sobre o meu pulo de bungee jump: que minha retina descolasse dos olhos, que
minhas próteses de silicone saíssem do lugar e que o elástico esticasse tanto a
ponto de eu bater minha cabeça no chão. A possibilidade de o elástico
arrebentar não foi considerada pela minha mãe - mas meu pai pensou nisso o dia
inteiro.
Foi em uma viagem com
a Trip Tri (que tem sido a minha empresa favorita dos últimos tempos) que eu vi
a oportunidade de riscar esse item da minha lista: um pequeno passeio de
domingo com destino a Nova Roma, cidade do Rio Grande do Sul que fica próxima
de Farroupilha. Lá fica a Cia Aventura - Eco Parque, que conta com uma beleza
natural de cair o queixo - morros verdes, cachoeira, etc - e a possibilidade de
fazer diferentes atividades, de paintball e tirolesa até rafting e pêndulo.
Logo que cheguei ao
parque, fui direto para a plataforma de salto - antes que fosse mudar de ideia.
Podiam ir três pessoas de cada vez na partezinha de onde a galera pula, e lá
estava eu. Quando me dei conta, já estava usando capacete e os equipamentos, já
tinha assinado um termo de responsabilidade e tremia tanto que mal conseguia
parar em pé. Foi aí que pensei “o que diabos eu estou fazendo?”. Para me
tranquilizar, perguntei ao coordenador que estava lá:
- Tu já pulou nisso?
- EU não, tá louca?
Pular 65 metros de cabeça?
Mas ele estava
brincando e já tinha pulado sim. Uma vez só.
Então pulou uma
menina, depois um menino. Tinha chegado a minha vez. Preciso confessar que eu
nunca, NUNCA tinha sentido tanto medo na minha vida. Nem antes de colocar os
peitos, nem quando andei de avião pela primeira vez. Só de lembrar daquele
momento me dá um frio na espinha.
O cara prendeu em mim
o elástico. Eu parei na ponta da plataforma, o cara avisou que ia soltar o
elástico e que eu ia sentir um puxão. Ele soltou o elástico, eu senti um puxão
e foi horrível. Então tive que me segurar em duas alças, já com a ponta dos pés
para o lado de fora da plataforma. O cara ficou me segurando pela parte de trás
da roupinha. Ele disse pra eu soltar uma mão. Soltei. Ele disse pra eu soltar a
outra. Eu disse que estava com muito medo. Ele disse pra eu ficar tranquila e
soltar. Soltei. Então era eu, de braços abertos pro nada. A orientação era que
eu só me jogasse de cabeça. Eu não consegui. Então o cara me deu um empurrãozinho
e eu fui.
Você não sabe o real
significado de CAIR até que você se dá conta que está caindo de uma altura de
65 metros de altura em queda livre. A sensação de impotência, de “senhor, não
tem onde segurar”, é única, é louca, é uma coisa que eu ainda não resolvi se é
ruim ou bom - ando pendendo mais para o ruim ultimamente. E de repente o
elástico estica, mas eu não senti aquele “tranco” que parece que rola quando se
olha vídeos. Eu só percebi que agora estava balançando e girando de um lado pro
outro, sem controle nenhum sobre os meus movimentos. Nessa hora eu gritei, não
sei se por êxtase ou por horror. E então os movimentos mais bruscos pararam e
eu me dei conta que estava pendurada de cabeça pra baixo, girando feito um peão
da casa própria.
Lá do alto ouvi o
cara gritando que estava descendo o trocinho que ia me puxar de volta. Como eu
estava girando feito uma imbecil, tive dificuldade para pegar o negócio, mas
enfim consegui. Ele tem uma trava que eu devia prender no look que estava
usando. O cara lá do alto falava “te concentra, presta atenção no que tu tá
fazendo!”. Prestei atenção, prendi o negócio, verifiquei se estava firme e,
enfim, abri os braços para ser trazida de volta para a terra firme, para longe
dessa loucura que eu ainda não tinha entendido por que tinha feito.
Minhas primeiras
palavras ao pisar na plataforma: EU NUNCA MAIS VOU FAZER ISSO.
Dá pra ver tudo nesse
vídeo aqui:
Mais tarde telefonei
pra minha mãe e disse que já tinha pulado e que meus olhos e meus silicones estavam
no lugar. O alívio na voz dela foi até cômico.
Além do pulo, naquele
dia que também fiz tirolesa, que era mamão com açúcar depois da dose alta de
radicalidade que eu já tinha enfrentado. Era um circuito com três “deslizadas”,
se é que posso chamar assim. O visual é incrível e eu fiquei abanando pras
pessoas que estavam lá no chão.
O passeio lá no
parque é bem legal, mesmo pra quem não quer fazer bungee jump. Fora as
atividades mais suaves, eles ainda tem um almoço bem bom, com galetinho, massa,
polenta, etc (paga um valor fixo e depois come open food e open suco/refrigerante),
tem quiosque com lanches, tem altas sombras pra descansar e tem um tucano que
sobe no braço nas pessoas. <3 span="">
Depois disso tudo eu fiquei
bem bela tomando cerveja enquanto o pessoal fazia outras atividades, porque pra
mim a missão do dia já havia sido cumprida. Item riscado. Que venham os
próximos.
Oi Nicole! Quanto tempo de pós-operatório das próteses de silicone tu tinha quando pulou de bungee jump? Sentiu muita pressão? Alguma dor? Estou pensando em pular, mas faz apenas 5 meses que coloquei... embora o médico tenha liberado, eu fico com medo.
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