No ano que me formei, 2012, descobri que eu teria que fazer
obrigatoriamente o ENADE para concluir a graduação. Para quem não sabe, o ENADE
avalia o rendimento do pessoal que está na faculdade e, por consequência, o
desempenho das universidades. Para estimular que o pessoal se dedicasse,
naquele ano a Feevale resolveu premiar as pessoas que tirassem as melhores
notas. Por sorte do destino, já que eu não abri nem um mísero livro para fazer
a tal da prova, acabei ficando nas primeiras posições e ganhei um curso de
idiomas inteirinho!
Depois de dar uma risada incrédula e fazer uma dancinha da
vitória, comecei a pensar em qual curso iria fazer. Não foi uma decisão
difícil. Como eu já havia me formado no curso de inglês e manjava o básico do
espanhol, resolvi que queria começar alguma coisa do zero. Francês era minha
primeira escolha, especialmente porque as mulheres francesas são lindas, a
comida é chic e eu quero muito ir pra lá uma hora dessas.
Telefonei para a Feevale para me matricular e descobri que
as aulas de francês ocorreriam no horário vespertino, que começa num horário em
que eu ainda estou no trabalho.
Então parti para a minha segunda opção: italiano. Tenho essa
impressão de que as pessoas na Itália são muito felizes. Além disso, os homens
italianos são gatos, a comida é mais incrível que a francesa e eu também quero
ir pra lá uma hora dessas.
Ainda falando com a moça da Feevale, descobri que o curso de
italiano era apenas de conversação, então eu precisava ter um mínimo de
conhecimento do idioma. Tirando o que aprendi com Terra Nostra (como amore mio),
não sei formar sequer uma frase. Então falei:
- Tá, me ajuda. O que me resta então?
- Tem alemão às segundas-feiras...
Alemão. Por que eu não tinha pensando nisso antes? Fazia muito
sentido. Meu sobrenome é Schmitt. Minha família é de origem germânica. Minha cidade
também é. Fora que eu amo Oktoberfest e tudo relacionado a essa cultura.
- PERFEITO, pode me matricular!
Aqui na região onde moro é bem comum as pessoas falarem
alemão em casa. É um dialeto do idioma que veio com os imigrantes faz muito
tempo. Minha avó e as amigas dela falam, minha mãe entende e eu não manjo nada
do assunto.
Então cheguei na primeira aula e a professora entrou na sala
e começou a falar em alemão.
- O que vocês entenderam do que eu disse? – ela perguntou.
- Que a senhora tem dois filhos! – disse um colega que fala
o dialeto.
- E que mora aqui em Novo Hamburgo – disse outro.
Eu só tinha entendido que ela se chamava Denise, porque foi
a única coisa que identifiquei entre aquelas palavras cheias de vogais. Foi nesse
momento que me dei conta que estava prestes a encarar um enorme desafio.
Desde então eu vendo tendo contato semanalmente com essa
língua que me encanta e me desafia. O vocabulário é totalmente diferente de
tudo que eu conheço, embora algumas palavras sejam bem semelhantes com inglês. As
regras gramaticais e suas exceções são tinhosas tais como as do português. A pronúncia
às vezes parece impraticável. No entanto, conseguir montar uma frase inteira me
dá um orgulho sem tamanho.
Fora que é muito engraçado quando as pessoas me pedem pra
falar alguma coisa em alemão. Por estar somente no nível básico, falo coisas
pouco elaboradas como “eu gosto de bolo” e “eu tenho 26 anos”. As pessoas ficam
admiradas como se eu estivesse falando coisas complexas e cheias de
significado. Hahahahaha
Quem sabe um dia eu escrevo um post em alemão? :)
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