Ontem apareceu na minha timeline um post com alguns jogos viciantes para iPhone. Faz tempo que eu não tenho joguinhos no celular, por mais que uns anos atrás eu fosse a louquinha do Candy Crush, e então resolvi dar uma olhada na lista. Achei interessante um chamado “Daddy Long Legs”, catei na App Store e baixei. Depois disso a inocência foi perdida.
A descrição não tem muito mistério: “controle uma pequena criatura. Coloque uma perna na frente da outra e tente não cair”. Poxa, a gente anda de um lado pro outro diariamente e é tão fácil, qual é a dificuldade disso – fiquei me perguntando, enquanto o jogo baixava. Mal sabia eu.
Download feito, descobri que o jogo é basicamente isso mesmo: cada clique movimenta uma perna. Mas quem foi que disse que é fácil? O game play abaixo não é meu, mas é exatamente a mesma experiência de jogo que eu tive:
É incrivelmente frustrante, porque não é necessário fazer nenhum comando absurdo, apertar mil botões, montar uma estratégia. É basicamente ter que colocar uma maldita perna na frente da outra e seguir um caminho em linha reta. Não tem que pular. Não tem que entrar em canos e bater em cogumelos. É seguir r e t o.
E o pior de tudo é que cada vez que você mete um “try again” aparece escrito “Daddy Long Legs and his 80th fall”. Sim, o jogo faz questão de expor a quantidade de vezes que você caiu. E como vocês podem ver nesse print abaixo, eu já derrubei o infernal Daddy nada mais nada menos do que 139 vezes. Isso que eu baixei o jogo ontem de noite.
Bom. Tudo isso pra dizer que Daddy Long Legs é mais ou menos como a nossa vida. A cada dia de manhã a gente tem que sair da cama pra colocar uma perna na frente da outra e seguir em frente. Invariavelmente a gente cai, mas daí podemos começar de novo. Caímos novamente, temos vontade de chorar, largar tudo. Mas temos a chance de ir de novo. E de novo. E de novo. É frustrante, às vezes até sem sentido. Talvez a gente nem saiba no fundo qual é o nosso objetivo, mas sabemos que a ordem é seguir. Então seguimos. E quem sabe a gente ache pelo caminho alguma recompensa. Quero descobrir.
Quem foi que disse que joguinhos imbecis não podem trazer reflexões?
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