12 de jul. de 2016

Passeio nos trilhos

A previsão para o último domingo não era das melhores. A chuva do sábado parecia interminável. Eis que, contrariando a tudo e a todos, o dia foi maravilhoso. E foi justamente quando fui fazer um passeio na Ferrovia do Trigo, mais precisamente no famoso Viaduto 13.

Minha viagem começou às 6 horas da manhã, quando parti com a turma do Voando as Tranças rumo à Vespasiano Correa, que fica a umas 3 horas de Novo Hamburgo. Chegamos por volta das 9h na base dos pilares do V13. Para chegar até lá no alto, fizemos uma caminhada de uns 20 minutos de subida em uma estradinha de chão. Nessa hora eu já comecei a rever a minha vida de sedentarismo e senti o peso da idade no meu corpo. Mas uma vez feita a subida foi só alegria. A vista é tão incrível que o cara esquece que estava sofrendo até 2 minutos atrás.




Seguimos para a direita, para o V13, com seus mais de 500 metros de cumprimento e 143 de altura. Ele é chamado assim porque, como o nome sugere, é o 13ª viaduto da ferrovia que começa na cidade de Mussum. Se não me engano, a Ferrovia do Trigo tem mais de 20 viadutos e pontes! O V13, que também é conhecido como Viaduto do Exército, é o mais alto da América e segundo mais alto do mundo!

Tiramos um milhão de fotos, jogamos pedras lá para baixo para calcular quanto tempo de queda teriam (contei uns 15 segundos), ficamos admirando a vista. Depois seguimos caminhando tranquilamente pelos trilhos. Passamos por túneis e também pelo Viaduto 12, que é menorzinho. Então nos deparamos com aquele que não deve ser nomeado, o temível viaduto 11.

Eu digo temível porque ele é realmente assustador: é vazado, não há “chão” entre os trilhos e também não há corrimões nas laterais. Eu já estava com medo dele antes mesmo de colocar o pé na estrada, e o medo pessoalmente foi ainda maior. Andei NO MÁXIMO uns 4 passos nele e fiquei paralisada.

Nessa foto não dá pra ver, mas na verdade eu estava BEM no começo do trilho. E com as pernas bambas.

- Nicole, vai mais pra lá pra eu tirar uma foto tua no sol.
- Não consigo, não consigo me mexer.
- Sua loka, tu pulou de bungee jump já, vai lá!
- Sério, tô com medo. Quero sair daqui.

Pessoas que estavam na borda do trilho me deram a mão e me ajudaram a ir até a terra firme, onde consegui parar de tremer. Não foi o medo da altura em si, foi medo de fazer alguma coisa errada que me fizesse cair. Mas outras pessoas mais corajosas que eu andaram até uma parte dos trilhos e foram até alguns refúgios metálicos que estavam mais adiante. Fiquei bem aliviada que não precisaríamos atravessar aquele viaduto, senão provavelmente eu ainda estaria parada lá em choque e alguém teria que me levar mantimentos e shampoo seco.    

Depois começamos a voltar por onde tínhamos vindo. Passamos de novo pelo V12, pelo V13, e começamos a trilha por várias estradinhas e túneis. QUE EXPERIÊNCIA MASSA!



Vocês já passaram a pé por um túnel? PRECISAM! Andamos mais de meia hora em um e não havia luz nenhuma, e fui iluminando o caminho com a lanterna do celular. O piso é irregular, com falhas nos trilhos e pedras grandes no caminho, então é fundamental ter uma iluminação, por menor que seja. Um dos túneis tem essas janelas da foto abaixo, por onde entra luz e ar (provavelmente para algo relacionado aos trens que circulam por lá, mas são lindas de se ver).



Fomos batendo papo e eu só imaginava cenas do Walking Dead hahahaha. Seguimos por uns três túneis e chegamos a uma cascatinha subterrânea. Era preciso subir umas pedras para enxerga-la. 

Sentamos pelos trilhos, demos uma descansadinha e depois retornamos pelo mesmo caminho que havíamos vindo, descendo depois pela maldita estradinha de chão batido (mas descidas sempre são melhores que subidas). Eu e minha amiga queríamos fazer rapel no V13, mas depois descobrimos que a equipe que faz esses esportes de aventura só começa o trabalho mais tarde aos domingos. Quem sabe na próxima! :(

Por volta das 2 da tarde rolou o almoço e comemos salsichão com pão para repor as energias. Lá tem espaço para fazer churrasco e ainda tem um quiosque com bebidas e pasteis fritos na hora. E wi-fi!

Então fomos fazer mais uma trilhazinha, dessa vez para curtir a cachoeira. Em dias mais quentes o pessoal toma banho lá e tal, mas a água estava geladíssima e eu só molhei as mãos. Ficamos sentamos ouvindo o barulho da água e curtindo ~as vibes~ da natureza.


E depois estava todo mundo meio morto e embarcamos no ônibus para mais 3 horas de viagem para casa.

Fiz essa viagem pela Voando as Tranças, empresa de Novo Hamburgo. Custou 99 reais e estava incluso o transporte de ida e volta com lanches e mais o almoço. Achei o preço justo, porque foi tudo superorganizado e dentro dos horários combinados.  Essa trip vai acontecer de novo no dia 21 de agosto (clica aqui pra conferir mais detalhes).

A Trip Tri, de Porto Alegre, também faz passeios para esse destino. Acesse o site clicando aqui.



Um comentário:

  1. Olá, Nicole.
    Fiz este passeio a um mês atrás e também fiquei apaixonada.
    A vista lá de cima e encantadora.
    E sobre o medo dos trilhos no V11, me identifiquei e fiz o mesmo. hahaha
    É gratificante saber que nosso RS é tão lindo e vai além do que a gente imagina, não?
    Adorei o post! Beijinhos.

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