Eu sempre fui muito louca por leitura. Aprendi a juntar as
primeiras letrinhas quando eu tinha uns 5 anos e lia histórias para meus
coleguinhas. Muito cedo deixei de lado aqueles com figuras para encarar os só
com texto, para os quais meus amigos faziam cara feia. O primeiro livro “grande”
que eu li, lembro até hoje, foi “Na mira do vampiro”, da série Vaga-lume.
Meu contato com os livros sempre foi frequente. Eu ia muito na
biblioteca da minha cidade e também comprava livros, seja em sebos ou feiras –
naquela época eu nem sabia que algo tão grandioso como a internet viria surgir
algum dia.
Também teve a época em que eu trabalhei junto com os livros.
Quem não me acompanha desde os primórdios da minha vida bloguística talvez não
saiba, mas antes de ser social media eu trabalhava em uma livraria. Foram mais
de dois anos entre pinceis, tintas e, claro, muitos livros.
Fazendo os cálculos brevemente – sou de humanas, não me
julguem -, fui acumulando livros por mais de 20 anos. De todos os tipos,
tamanhos, estilos. As prateleiras do meu quarto mostravam direitinho o meu ~amadurecimento~
como leitora: tem os Goosebumps da minha infância, os clássicos que li no
ensino médio, as biografias da faculdade de jornalismo, as tentativas de
encarar coisas mais cabeça, meus queridinhos Harry Potter... Uns Dostoievski
misturados com literatura feminina, Érico Veríssimo, autoajuda e livros em
inglês.
Só que chegou a um ponto que as tais prateleiras começaram a
querer se soltar das paredes por causa do peso excessivo. E, assim como feijão
e tomates, o preço dos livros começou a passar do que era considerado OK. Até que
eu, que sempre fui a maior defensora dos livros e do hábito de compra-los, me
rendi: era a hora de comprar um leitor digital.
Foram exatamente esses os fatores que me levaram a fazer
essa escolha: a possibilidade de ter centenas de histórias ocupando um
dispositivo de 200 gramas e o preço reduzido dos livros digitais.
Em busca da melhor opção pra mim, assisti vídeos, li
inúmeras resenhas e vários textos comparativos, além de pesquisar preços por
praticamente um mês. Então acabei optando pelo Lev, da Saraiva. A bateria dele
dura umas duas semanas, ele é superleve, rápido, bom de segurar, conecta no
wi-fi e tal. Outra coisa ótima é que ele é a versão iluminada, então eu posso
ler deitada na cama sem ter que me preocupar com levantar e apagar a luz. Aqueles
problemas TÃO DIFÍCEIS da vida, sabem como é.
Não coloquei na ponta do lápis, mas já economizei um monte
desde então. Não sei se vocês já pesquisaram isso, mas os livros digitais às
vezes custam bem menos que a metade das versões físicas. Fora que eles não
gostam papel, então são legais com o meio ambiente.
Não bastasse eu ter comprado o tal do leitor digital, ele
ainda veio com o livro “A mágica da arrumação”, da Marie Kondo. Ainda vou fazer
posts sobre isso, mas o livro fala fortemente sobre o desapego, sobre você não
deixar coisas paradas na sua casa sem nenhum sentido. A ideia é se rodear
somente das coisas que trazem sentimentos de alegria. Ou seja, fiz uma tremenda
limpa nas coisas que eu tinha e vendi em um sebo. Livros que ganhei, li e não
gostei muito, livros que estava esperando para ler algum dia, livros que li na
escola e achava que um dia ia precisar. Ficaram somente aqueles que amo, que me
trazem coisas boas, que eu recomendo e quero ler de novo.
E, claro, o “Na mira do vampiro”, que começou tudo isso.
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