Sabe essa coisa de andar por aí mexendo no celular?
Ontem eu fui uma vítima.
Tirei fotos do cachorro da minha vó e estava olhando se alguma tinha ficado boa, ao mesmo tempo em que me dirigia até a churrasqueira na garagem.
Quando menos esperava, ouço um alto POUM, sinto uma dor latejante no alto da cabeça, caio no chão e sou imediatamente lambida pelos cães, que aproveitam que estou na altura deles. Tudo isso aconteceu em questão de segundos e levou um tempo até eu me dar conta que...
BATI A CABEÇA NO PORTÃO DA GARAGEM PORQUE ESTAVA MEXENDO NO TELEFONE.
Na hora eu fiquei apavorada e deixei escapar uma lágrima de dor – sou canceriana dramática. Pensei que estava sangrando e tal. Passado o susto, vi que estava tudo bem. Menos mal.
Mas obviamente fiquei um tempão refletindo sobre isso, sobre como o celular rouba nossa atenção de tudo que está ao nosso redor – mesmo quando a gente não está caminhando por aí. Essa coisa de olhar e-mails e notificações o tempo todo, mesmo quando não tem nada. Essa coisa de mexer no celular à procura de alguma coisa. Qualquer coisa. Essa ansiedade de saber tudo que está acontecendo o tempo todo com todo mundo.
Levanta a mão se você olha o celular de manhã cedo, antes mesmo de sair da cama.
Eu faço isso.
Mas agora vou pensar bem se é isso mesmo que eu quero.
O calo no topo da minha cabeça não me deixa esquecer.