28 de nov. de 2009

pequeno episódio do cotidiano (ou "pessoas e suas simpatias")

Nas última semanas, quando chove, não é apenas aquele chuvinha delícia, que refresca e tal. Ela vem acompanhada por seus amigos: raios, trovões, ventanias. E, quando esses danadinhos se juntam, é uma festa só: um temporal. Um temporal sinistro.

Eu estava trabalhando, em um dia normal. De repente, ficou tudo muito, muito escuro. Como se uma nova era glacial estivesse se aproximando. Ok, não era um nova era glacial, mas o mundo ia desabar, disso eu não tinha dúvida. Nem que fosse água, né.
Começou a ventania. No seu setor, que é no segundo andar, tem janelas bem grandonas. Então paramos ali eu e uma cliente (que não queria sair da loja com medo do mal tempo), olhando lá fora as nuvens que vinham, rápidas.

A cliente disse:
- Se eu estivesse em casa, iria virar um banquinho de cabeça para baixo e o mal tempo não iria vir.
Eu perguntei, curiosa e educadamente:
- Como?
- É uma simpatia. Se eu vejo que o tempo não está bom, eu viro um banquinho de cabeça para baixo. O tempo ruim vai todo embora.
Então eu disse, de maneira irônica - mas ainda assim educadamente:
- Poxa, que pena que tu não estás em casa!
Ela, sem notar a ironia, disse:
- Pois é. Sabe que antes eu estava na manicure e tinha vontade de dizer pra ela "vira um banquinho! Vira um banquinho!", mas o que ela ia pensar de mim, né?
Segurando a risada (eu sou bem boa nisso), eu disse:
- É mesmo, né? O que ela ia pensar?

É incrível o que as pessoas acham que são capazes de fazer, não é? Tipo o meu irmão. Dei um chocolate do Grêmio para ele, porque achei bonitinho e tal. E vocês acham que ele já comeu o tal chocolate? Não, é claro que não. Lá está ele, com a embalagem azul bonitinha, rolando no meio da sala. É o chocolate da sorte. Mesmo o Grêmio estando da maneira que está. Vai entender.

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