6 de jan. de 2012

minhas férias 2: campistas profissionais

Eu e meus amigos fomos para a praia entre 4 carros – cada carro com 4 pessoas. Como a viagem leva mais de 6 horas e iríamos passar 7 dias, vocês podem imaginar como estavam os porta-malas de cada veículo – e os bancos, e a parte debaixo dos bancos, e o colo dos passageiros. Levamos barracas, algumas lonas pequenas, travesseiros, panelas, talheres, cobertores. Poucas cadeiras, nenhuma mesa. Bola de futebol americano, equipamento para chimarrão. Malas – e a das meninas é geralmente um pouco maior, admito. E, no final das contas, não sobrou espaço para levar mais nada. Na real, as pessoas mal e mal cabiam sentadas direito.

Chegando no camping, montamos nossas coisas e nos sentimos satisfeitos. Até que começamos a ver as outras barracas, os outros acampamentos. Os campistas profissionais deram as caras, nos humilhando e nos deixando cheios de inveja e rancor. E tudo se intensificou quando começou a chover e a saudade do conforto da casa da mãe começou a bater na galera.

Eu sei que não é legal sentir inveja das pessoas, e muito menos guardar rancor, mas você se sente a pior pessoa do mundo quando você está num camping e não tem uma cadeira para sentar, enquanto as pessoas do acampamento ao lado têm cadeira e mesa e notebook e ventilador. É sério.

Como choveu em praticamente todos os dias daquela semana, o item mais valioso que eu e minhas amigas tínhamos era um guarda-sol, que acabamos usando como guarda-chuva. E, ok, tínhamos também um isopor cheio de champanhe, que tomávamos com PHYNAS tacinhas de plástico (falo disso outra hora). Um guarda-sol para abrigar 3, 4, às vezes 5 meninas ao mesmo tempo. Quando chovia, nós usávamos ele para ir até a lanchonete que tinha na entrada do camping, ou para ir ao quiosque de uso coletivo que tinha por lá – já que não tínhamos lona para proteger a galera toda. Enquanto isso, os campistas profissionais tinham verdadeiras salas de estar embaixo de suas lonas. Eu não to mentindo.

Tinha gente com sofá lá. Com cafeteira. Televisão de plasma. Antena de SKY. Ventilador. Bicicleta. Rádio. GELADEIRA. ENFEITES DE NATAL. VIDEOGAME. Já pode ficar com raiva? Calma que tem mais.

Quando chovia a gente ia jogar Uno. Quando chovia, os campistas profissionais pegavam cervejas bem geladas na geladeira deles e iam ver filminho. De manhã cedo, a gente tomava chimarrão revezando cadeiras. De manhã cedo os campistas profissionais tomavam café da manhã em mesas postas com todos os ingredientes possíveis e imagináveis – até café passado na hora, enquanto nós éramos obrigados a fazer sanduíches de pão de forma por cima dos isopores.

E olha que eu não falei do ano novo ainda. Vou falar sobre isso em outro post, e os campistas profissionais vão aparecer de novo por lá.

Mas sabe? Isso é um verdadeiro aprendizado. Nos próximos acampamentos, eu e meus amigos vamos evoluir, tenho certeza. Nem que a gente tenha que comprar uma Kombi pra carregar tudo. E eu tenho certeza de uma coisa: eu nunca mais vou acampar sem levar PELO MENOS uma cadeira comigo. E tenho dito!

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E como se já não bastasse tudo isso, hoje eu estou indo acampar DE NOVO. É. E não é só isso. Vou para uma área sem energia elétrica, no meio do mato. Porque se é pra ser roots, vamos ser roots direito, né? Mas sim, vou levar uma cadeira junto.

Vou para Santo Antônio da Patrulha. Todo mundo com quem falei sobre isso disse que lá tem boas rapaduras.

Não gosto de amendoim.

Adeus.

Um comentário:

  1. Ah Nicole, fico lendo suas aventuras e admirando sua coragem e desprendimento. Porque olha, eu nunca entraria numa dessas. NUNCA! Eu sou fresca demais, enjoadinha demais, cheia de mimimi demais e a real é que eu não consigo ser feliz assim, sem banheiro, chuveiro ou cadeira. O duro é que morro de inveja de quem se diverte assim, porque fico imaginando que apesar dos perrengues, acampar com os amigos deve ser demais.
    Aguardo a continuação!
    Beijo

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