16 de jul. de 2013

sobre a troca de reais por pesos



Nunca tinha entrado em uma casa de câmbio. Da última vez que viajei, fiz todos os trâmites por telefone, pois só consegui encontrar libras em Porto Alegre – morar no interior dá nisso. Então na semana passada eu fui ter essa experiência. No mínimo, diferente.

Cheguei lá com algumas centenas de reais. Pensei que seria atendida direto em um balcão, mas não! Tive que entrar em uma espécie de cabine, como se fosse uma cabine telefônica. Lá havia um balcão com um vidro mega grosso, que me separava da tia simpática da loja. Entreguei alguns documentos, que foram devidamente xerocados. O câmbio estava 0,38 centavos por peso, o que eu achei bem bacana. Com pouco mais de 300 dilmas, eu teria mais de mil pesos. É uma sensação muito bacana, ainda mais quando você vê seu dinheiro sumir ao trocar ele por libras. 


A moça pegou uma pastinha e tirou cuidadosamente as notas de pesos lá de dentro. Depois, cadastrou no computador o número de cada uma delas, o que eu achei um trabalho maçante, mas me senti meio exclusiva – e talvez meio observada. Se Obama sabe meus e-mails, a Good Câmbio sabe por onde andam meus dinheiros. Então ela me disse:

- Tu tem que cuidar quando estiver por lá, porque tem muitas notas falsas.

- Ah sim, me disseram isso. Principalmente nos táxis, né?

- Não só nos táxis. Nos hotéis, em todo o lugar. É uma máfia. Os tempos estão difíceis por lá.

Eu fiquei em silêncio, pensando. Ao que ela completou:

- São tempos difíceis em todo lugar, não é?

Fiz um uhum e peguei uma bala Mocinho que estava num pote. O clima estava muito tenso. 

Então ela abriu um sorriso, me entregou um papel para assinar e me passou as notas por um vão por baixo do vidro grosso que me separava dela. Me desejou uma boa viagem. Eu saí da “cabine telefônica”, da loja e do shopping. Ao por meus pés na rua, passei imediatamente a assumir minha postura de “carrego algo muito valioso, se você encostar em mim eu te mato”. Na verdade, eu só pensava isso, enquanto tentava parecer normal. Graças a Deus ninguém falou comigo nem fez contato visual nem nada. Ou seja, nenhum morto e nenhum ferido. 

Agora eu tenho pesos e as malas estão quase prontas. Logo a minha mais nova aventura vai começar, e eu vou adorar contar tudo isso pra vocês.

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