1 de abr. de 2013

o drama do pneu furado

Estávamos voltando do trabalho, lépidas e faceiras. Se não estivesse passando Voz do Brasil, é provável que teríamos achado Lady Gaga em alguma estação e estaríamos cantando I’m a free bitch baby. Mas o rádio estava desligado e nós estávamos conversando. Então o carro deu um pulo estilo touro mecânico, nós três gritamos, alguns carros buzinaram e tudo passou bem rápido. Havíamos atropelado uma pedra gigante, ou passado dentro de um buraco igualmente gigante. O susto foi grande.


Então a D. quebrou o silêncio tenso que se seguiu, dizendo:

- Acho que o pneu furou.

Eu e M. ficamos tipo:

- Naaaah, não deve ter furado. Ou deve? Será que furou? Hmmm, naaah, capaz. Ou sim?

Ficamos nesse vai e vem por alguns metros, até que estacionamos, olhamos o pneu e se você pensou que ele estava furado, acertou. Até porque o título desse post já entrega a situação.

A questão é que nenhuma das três sabia trocar pneu. Eu até estava considerando arruinar minhas unhas cuidadosamente pintadas com verde militar para colocar a mão na massa, mas a D. foi atrás de ajuda. Foi até um posto de gasolina próximo e ouviu um “não trocamos pneu aqui não, tu vai ter que ir até o próximo posto”. Que, sei lá, devia ficar a uns 2272288282 metros de distância. Então um cara pulou de um caminhão e disse “eu troco pra vocês”. Achei incrível.

Apontei o pneu e disse pras ele:

- Olá, aqui está o problema.

E ele:

- Ahhh, o poblema.

Não estou julgando ele por causa da profissão nem nada. Várias pessoas têm muito estudo e ainda assim cometem umas gafes. Gente bem estudada troca “mim” por “eu”, então não vou polemizar muito sobre isso, ok?

Daí, sem tirar o cigarro que estava fumando da boca, o gentil caminhoneiro pegou o macaco no porta-malas, ergueu o carro, tirou o pneu furado, colocou o estepe e guardou tudo bonitinho nos lugares certos. Não sei se fiquei mais impressionada com a destreza dele nesse trabalho manual ou com o fato de ele ficar contando um monte de histórias sem deixar o maldito cigarro cair.

Eu adoraria contar que no final das contas pagamos uma rodada de cerveja para o gentil caminhoneiro e vimos fotos dos filhos dele que estavam na carteira, mas nada disso aconteceu. Na real, perguntamos quanto ele cobrava pelo serviço, ele disse para deixar assim, embarcamos no carro e fomos embora. Sem saber nome, idade, onde mora, nada.

Só que esse lance todo não deixa de deixar várias lições, pelo menos para mim.

- pessoas boas ainda existem nesse mundo, nos lugares que a gente menos imagina

- o dia em que suas unhas estão mais bonitas é propício para algo estranho – que envolva destruí-las - acontecer

- porra, eu preciso saber como se troca um pneu.

Vocês sabem?

Um comentário:

  1. HAHAH, só imagino a situação das três. Deus me liivre!

    Mas pensando sobre tudo isso, nem carteira de motorista eu tenho, o que dirá saber trocar um pneu :S
    Definitivamente eu preciso do sexo masculino para algumas coisas. Deixei claro ALGUMAS COISAS?

    Ooo Nicole, tem como você escrever o próximo post sobre o Rio Grande do Sul? Sei lá, mandar aquele alô pras gurias do mesmo estado que o teu, falar sobre as cidades (principalmente do interior) que tu conhece, sei lá, tu é uma menina bem criativa, vai lá :D

    Beijo linda. Paz e bem.

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