25 de set. de 2009

as ladinas máquinas de café da feevale

Eu estava em minha excitante aula de semiótica, em uma fria quinta-feira à noite. A professora falava das representações icônicas ao longo da história, a colega da frente fazia um trabalho para outra matéria e eu dormia com a testa na mesa. Até que tocou o sinal do intervalo. Resoluta, descolei a cabeça da mesa e disse:
- Café. Preciso. Quem vai?
Reuni mais duas colegas que também precisavam um "certo incentivo" para prosseguir na aula. Munidas cada uma com uma moeda de um real, fomos até a máquina de café mais próxima.
Antes de prosseguir, devo dizer: lugares para comprar café não faltam na Feevale. Tem no Tiririca, na tabacaria, nas lanchonetes... E nessas ditas máquinas que estão espalhadas pelo Campus, que não tem o melhor café do mundo, mas tem o melhor preço: R$1,00. Ok, continuando.
Paramos em frente a máquina, com um vento cortante batendo.
- São muitas opções, Jezuis! Vou escolher esse. - eu disse, inserindo a moeda e apertando a opção "café com pouco leite". Eu precisava de cafeína.
Aguardei o "bipe" e retirei meu copinho fumegante do compartimento. No primeiro gole, algo errado.
- Hey, mas isso, diabos, não é café nem aqui nem em sei lá aonde! Putz, cara! PUTZ! É Nescau! E um Nescau ruim pra caramba! Argh, velho, que droga! - desatei a praguejar na frente da máquina, com as gurias e os passantes rindo da minha cara.
Mas não havia o que fazer. Reclamar pra quem? Não tinha ninguém e o Nescau, por mais ruim que fosse, era quentinho. Bebi ele, mas não sem antes dar um bom bico com minhas botas de Robin Hood na maligna engenhoca de café.
Então foi a vez da Jéssica. Ela inseriu a moeda e teclou em sua escolha, "cappuccino". E nada. A máquina ficou ali, bem na dela, piscando "Insira R$1,00".
- Mas eu já inseri!! -disse Jéssica, impotente, para a máquina que continuava piscando, impassível e sem emoções, o "Insira R$1,00" - Eu já inseriii! - E mais um chute na máquna.
- Essa máquina está nos tirando pra loucas! - disse eu, já querendo armar uma teoria conspiratória. - Só pode, meu.
- Tá, deixa que eu vou pegar o meu agora - disse a Joci, decidida a não ser lograda pela ladina máquina, recebendo coisas que não pediu, ou pior - não recebendo nada.
Ela colocou a moeda no lugar certo, apertou o botão do cappuccino. A máquina começou a fazer os sons de que estava produzindo o pedido.
- Até que enfim - eu disse. A Jéssica só soltou um muxoxo. Gastara um real em vão.
"Bipe", fez a máquina. Joci pegou o copinho. Um gole. E...
- PUUUTZ, também é Nescau! Nescau velho, ruim. Nem Nescau deve ser. Droga.
Olhamos para a máquina com caretas horrendas e demos as costas a ela. Affe.

E, tipo, não é a primeira vez que essas máquinas de café aprontam das suas comigo e meus fiéis companheiros de aventuras. Certa vez, a máquina (não a do Nescau, outra) ignorou uma moeda de 25 centavos que a Katia havia posto lá. Sorte que eu tinha para emprestar pra ela. Então, amiguinhos, já sabem. Paguem um pouco a mais pelo seu cafezinho, com a garantia do que você vai receber será café mesmo, e não qualquer tipo genérico e ruim de achocolatado velho. Ficadica.

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