Prédios novos e antigos, muito movimento e pessoas pra lá de
amistosas. Foi para Montevidéu, capital do Uruguai, que rumamos depois de
passar por Punta Ballena e Punta del Este (leia o post anterior clicando aqui).
Antes de continuar, um parênteses sobre a cidade:
(Montevidéu é praticamente duas cidades diferentes dentro de uma
só. Ela tem uma parte velha, que antigamente era murada e tudo o mais, e o que
foi sendo construído ao redor, que seria a ~parte nova~. Inclusive na entrada
da Ciudad Vieja tem um arco enorme, que era a porta de entrada da cidade quando
ela era cercada por muros. O hostel onde fiquei era mais perto da parte velha,
bem na região central.)
Ao chegar em Montevidéu, paramos para tirar foto naquele letreiro famosão. Como brasileiro adora uma fila, nos organizamos pra todo mundo poder tirar sua foto de boas. Tentei escalar uma das letras, como todas as pessoas estavam fazendo. Falhei miseravelmente na missão, mas tudo bem.
Bom, não me lembro exatamente que horas chegamos lá no hostel, talvez por
volta das 6 da tarde. Só sei que depois que fomos separados nos quartos eu
larguei minhas coisas e fui logo tomar um banho. Tirar aquela NHACA de andar
por horas infinitas de ônibus, sabe? Hahauhaue Na sequência rolou uma breve
exploração das redondezas e a primeira garrafa de Norteña foi aberta.
#gangdacerveja Que felicidade.
O dia seguinte era o dia 31 de dezembro. Saímos do hostel logo
cedo, porque sabíamos que as coisas começariam a fechar no meio da tarde.
Aproveitamos a manhã para ir até a Plaza Independencia e no
Mausoléu do Artigas, que fica embaixo da estátua. Ali perto fica o Museu dos
Presidentes e o Teatro Solís. Fizemos o passeio no museu e conseguimos chegar
bem a tempo de pegar a visita guiada – em português! – pelo teatro.
Vale a pena fazer a visita guiada do Teatro Solís? Sim, com toda
certeza. Porque ali não é só um lugar bem bonito – é um lugar cheio de
história. O guia nos contou, por exemplo, que:
- logo que o teatro abriu suas portas, em meados de 1860, ele era
o prédio mais alto da cidade e as pessoas ficaram com medo de que fosse
despencar. Para provar que a construção era sólida, olha o que os caras
fizeram: colocaram uma tropa para marchar em todos os andares! E não, o prédio
não desabou haha.
- a sala principal do teatro é rodeada por camarotes. Os mais
próximos do palco são os que têm a pior visão dos espetáculos. No entanto, eram
os mais caros naquela época de 1800 e tantos. Isso porque é possível ver quem
está no camarote de qualquer parte do teatro e os FINOS da época ficavam lá se
mostrando pros outros. Tipo de coisa que não muda nunca né.
Quando saímos do teatro, os uruguaios já estavam pelas ruas e
então nos deparamos com duas coisas bem legais que eles fazem na virada do ano:
1 – jogar papel e folhas de calendário pelas janelas;
2 – jogar água nas pessoas, seja das sacadas dos prédios ou na
própria rua, com garrafas e pistolinhas carregadas.
Esse vídeo AQUI representa direitinho o meu dia 31: levando água
na cabeça e vendo folhas de calendário caindo pelas janelas, como numa chuva de
papel.
Não adianta ficar boladão – você invariavelmente vai ser atingido.
Eu entrei na brincadeira e fui sumariamente metralhada encharcada por
uma mãe e seu filho munidos por pistolinhas d’água. É bem divertido – apenas evite
ir de blusinha branca NÉ #concursogatamolhada. Depois de um tempo, quando o nível alcoólico aumenta,
as pessoas começam a ficar meio loucas do bumbum e passam a jogar cerveja,
vinho barato e outros líquidos não identificados nos outros. Zica. O centro da
cidade fica meio sitiado e é necessário achar rotas de fuga alternativas. O que
fiz? Embarquei num daqueles ônibus de city tour!
O city tour custa caro, quase 600 pesos, mas é bem bacana. Dura
quase 2 horas e dá uma volta gigante na cidade. Todo mundo coloca uns fones de
ouvido e fica acompanhando a história dos prédios, ruas e estátuas dos
arredores. Curti bastante.
De noite fizemos um churrasco na laje no terraço do hostel
e na sequência fomos até a praia, que é onde rolam os fogos de artifício,
aquela coisa toda. Obviamente que caí no choro, emocionada e embriagada, porque
é isso que eu SEMPRE faço no réveillon. Frase para aprender e dizer para todo
mundo: Feliz Año.
![]() |
Churrasco na laje |
No dia 01 estava tudo fechado, então a programação foi mais suave.
Caminhamos pelas ramblas, sentamos na areia, batemos perna para achar um lugar
aberto para comer. Aproveitamos para dar uma olhada com atenção na beleza das
ruas, dos prédios, até mesmo das pichações nas paredes.
Foi nesse dia que vi o pôr do sol mais bonito de todos. Curte:
![]() |
Foto casualmente forjada |
Foi nesse dia que vi o pôr do sol mais bonito de todos. Curte:
![]() |
Essa foto precisou de 3 pessoas e pelo menos uns 5 minutos de "mais pra cima, mais pra direita, abre mais os dedos..." |
Dicas marotas:
* os shoppings de Montevidéu são tentadores – dizem que tem uma
Forever 21 gigante em um deles -, mas não deixe de fazer os diversos passeios
culturais que existem por lá. Vá até a Plaza Independencia e veja o mausoléu do
Artigas no subsolo, entre nas igrejas, vá no Museu dos Presidentes e, por
favor, faça a visita guiada no Teatro Solís.
* no Mercado del Puerto ficam reunidos diversos restaurantes, num
mix gastronômico impressionante – de sorvetes e empanadas até pratos mais
elaborados, como peixe ao molho de manteiga negra. No entanto, é um lugar que
divide opiniões: algumas pessoas me falaram que eu PRECISAVA comer lá e outras
disseram PELAMORDEDEUS não come lá. Na dúvida, comi em um restaurante que
ficava ao lado, não exatamente dentro. Hahaha Não foi a refeição mais barata de
todas, mas já falamos sobre como é caro comer no Uruguai, certo?
* achei Montevidéu mais perigosa que Buenos Aires. Não sei se por
causa da época ou de onde eu estava hospedada, mas ouvi diversas histórias de
assaltos que estavam rolando ali pelo centro. Na dúvida, levava o dinheiro
sempre naquelas pochetes/doleiras que eu tanto odeio, mas que são úteis.
* tá no inferno, abraça o capeta. Ou seja: deixe suas frescuras em
casa. Se você está visitando outro país, permita-se curtir a cultura e as
tradições de lá. Se eles molham as pessoas, deixe-se ser molhado. Se eles comem
cachorro-quente com salsicha E presunto, experimente. Se eles andam pra lá e
pra cá tomando cerveja de um litro no bico, aproveite pra fazer o mesmo. Assim
a viagem fica bem mais divertida.
BÔNUS:
o que não pode faltar na mala
Ainda tenho muito a melhorar na arte
de fazer as malas. Sempre acabo levando coisas que não preciso e esquecendo
outras que são importantes. Cada vez que viajo vou me aprimorando nessa
técnica, mas inevitavelmente preciso deitar na mala para fechar ela na hora de
ir embora. De qualquer maneira, listei aqui algumas coisas que são
interessantes você levar caso esteja pretendendo fazer uma viagem curtinha,
como a minha, para o Uruguai.
- adaptador universal, para poder
ligar seu secador, carregar o celular, etc.
- toalha, porque hostel não tem toalha.
- cobertorzinho para você se tapar no
ônibus, durante a viagem.
- espelho daqueles pequenos que você
compra no 1,99 – acho que esse é o melhor das minhas viagens. Em hostel
geralmente não tem espelho, então eu me maquiava no pequenino mesmo, sem ficar
disputando com ninguém.
- protetor solar, mesmo que a viagem
seja no meio do inverno e você não pretenda usar trajes de banho.
Esses são os itens essenciais. Fora
isso, gosto de levar guarda-chuva nas viagens. Trauma de quem fez intercâmbio
na Inglaterra. E sempre carrego umas bolachas a tiracolo, porque o cara nunca
sabe direito onde vai parar para almoçar, em qual hora, etc.
No próximo post, muito amor: Colonia del Sacramento. Aguardem.