O dia vinha chegando ao fim, trazendo no céu as cores
características que surgem um pouco antes do anoitecer. A palheta era bonita e
delicada. Abri o cadeado de ferro e saímos com o cachorro para passear. Ele e o
cão saíram andando e eu parei. A cena daqueles dois pintados pelo final da
tarde era tão bonita que eu não resisti: interrompi o passo no meio da rua e
fotografei os dois caminhando em direção ao horizonte.
Ele me esperou. Enganchei no braço dele, escondi minha mão
gelada na dobra do casaco e continuamos o passeio. As pedras irregulares da
calçada faziam eu prestar atenção em onde colocava minhas botinhas marrons. Chegamos
em uma pracinha, sentamos no balanço. Em silêncio, o balanço ia e voltava. Só se
ouvia o ranger das correntes, a criança que chutava uma bola ali perto e o
choro baixinho do cachorro, que queria passear mais.
Saímos daquele clima relaxado e seguimos em frente. Paramos perto
de uma pilha de lenhas, em um lugar que dava para ver a cidade inteira. O crepúsculo
havia chegado, afinal, e as primeiras luzes começavam a se acender, prontas
para a escuridão que se anunciava. Tiramos fotos e observamos tudo ao redor. Aquele
momento era único, aquele entardecer não deveria ter fim.
Mas cada vez ficava mais escuro, e o frio vinha sem trégua. Voltamos
a passos lentos para casa, falando com vozes grossas e rindo de coisas só nossas.
Quase de volta ao cadeado de ferro, eu apertei a mão dele com mais força. Tudo estava
do jeito que deveria estar.
Nicole, neste post vc se superou, de verdade!
ResponderExcluirFoi o mais lindo que já li no teu blog :)
go go go!
Concordo total com a Taís. Mais e mais Nicoles apaixonadasssss please :DDD
ResponderExcluirBeijos.