O que a gente praticava era um jogo de desinteresses. Você, passarinha da asa quebrada. Eu, uma máscara de macho dominador, tendo escondido um cordeirinho sentimental por baixo. Você queria proteção e alguém para escutar os seus devaneios. Eu queria saber o que estava querendo. Embora juntos, não sabíamos para onde estava indo. E enquanto o percurso seguia sem nenhum obstáculo determinante, continuávamos traçando nossas linhas tortas. Não era nenhum enigma porque não existia nenhuma razão de ser.
No fundo eu sabia que você iria pular fora a qualquer
momento. Mas passou uma semana, duas. Um mês. E mais. Hoje estamos beirando um
tempo que no início sequer parecia existir. Me olho no espelho e ainda vejo o
mesmo cara de sempre. O mesmo nariz, a barba por fazer – com aqueles pelinhos
inflamados que você insiste em apertar. Só que, sei lá. No fundo talvez alguma
coisa tenha mudado.
Onde isso vai dar eu não sei. Mas sigo enquanto estiver bom.
É muito gostoso isso. vc ama uma coisa, mas acha que ela não vai durar nem um mes. ai ela vai durando, durando, durando, e ai qnd vc percebe, vc acha que ela vai durar pra sempre.
ResponderExcluirÉ como acertar uma cesta de basquete: ficamos na expectativa até que a bola atravesse o aro. Lindo texto.
In love pelo teu texto Nicole x)
ResponderExcluirmuuuito bom!