Já fazem 3 anos que eu choro ao ver os fogos de artifício na
virada do ano. Talvez a idade esteja me tornando cada vez mais emotiva, ou seja
efeito das doses alcoólicas consumidas, cada vez um tiquinho maiores. Seja como
for, o céu pintado pelas cores e explosões tem estranho efeito sobre mim.
Gostaria de poder sair do meu corpo e observar eu mesma
naqueles dez, quinze minutos iniciais de um ano novo. O rosto em um misto de
alegria, surpresa e saudade. Os olhos refletindo aquilo que acontece naquele
mar azul marinho e pontilhado de estrelas. As lágrimas levando embora a
maquiagem feita com esmero para celebrar mais um réveillon.
Passa um filme na cabeça. É como se estivessem subindo os
créditos de um roteiro que gostei muito, ao mesmo tempo em que são apresentadas
cenas novas em folha, repletas de possibilidades. Frio na barriga. A atriz
principal seca as lágrimas, toma um gole de espumante, coloca um sorriso no
rosto e diz:
- Vamos lá pular as ondas?
E assim segue, com o enredo que deve ter.
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